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Política ESCÂNDALO DO INSS

Vítima de desconto ilegal, Jayme diz que foi lesado em R$ 1 mil

O senador de 73 anos diz que nunca autorizou o pagamento ou ouviu falar da entidade beneficiada

13/05/2025 às 11h14
Por: Redação
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O senador Jayme Campos, que foi uma das vítimas do escândalo do INSS. Victor Ostetti/MidiaNews
O senador Jayme Campos, que foi uma das vítimas do escândalo do INSS. Victor Ostetti/MidiaNews

Aposentado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o senador e ex-governador de Mato Grosso Jayme Campos (União Brasil-MT) afirma ter sido uma das vítimas do escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.

O senador de 73 anos diz que nunca autorizou o pagamento ou ouviu falar da entidade beneficiada - no caso dele, a Caap (Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas). Uma situação que deve atingir milhões de pessoas, segundo as investigações.

"Entre os milhões de brasileiros, botou mais eu no balaio. Nunca ouvi falar dessa associação. Você imagina o tanto de afazeres que eu tenho. Mas nós vamos arrumar isso aqui. Agora eu vou reclamar para o INSS. Deve dar R$ 1.000, R$ 1.500", diz.

O senador conta que só percebeu a irregularidade após a operação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), no fim de abril, quando um funcionário checou os últimos extratos do INSS.

O primeiro desconto foi feito em março do ano passado, no valor de R$ 77,86. Em março deste ano, a cifra subiu R$ 3,71, passando para R$ 81,57 - um prejuízo total ao parlamentar de aproximadamente R$ 1.100.

"É triste e doloroso. Pena que milhões de cidadãos que dependem dos R$ 80 foram lesados. É com isso que eu fico indignado", diz Campos.

A Capp afirma ter sede em Fortaleza, no Ceará - a cerca de 3.200 km de Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde vive o senador.

A associação é uma das 12 apontadas pela AGU (Advocacia-Geral da União) como "núcleo do esquema de fraudes" no INSS. A entidade foi alvo de buscas e apreensões durante a operação e consta na ação cautelar do governo federal que pede à Justiça o bloqueio imediato de bens.

A reportagem procurou a Caap por meio do 0800 indicado ao senador no extrato do INSS --o mesmo que aparece no site da entidade. Uma mensagem automática afirma que o número está bloqueado ou não pode receber chamadas.

A Folha de S.Paulo também tentou contato com a advogada Cecília Rodrigues Mota, sem sucesso. Um escritório em nome dela é o único da lista de parceiros informada pela Caap.

"Nossos associados têm acesso a consultoria jurídica especializada através da renomada empresa Cecília Rodrigues Mota. Receba orientação e suporte em questões legais diversas com profissionais altamente qualificados", diz texto no site da Caap.

No segundo mandato como senador, Campos diz ter contribuído com o INSS durante 38 anos. O senador afirma que teve a carteira de trabalho assinada ainda na juventude e continuou pagando a contribuição previdenciária mesmo depois de ter sido eleito prefeito de Várzea Grande e governador de Mato Grosso (1991-1995).

Campos compartilhou a história com os colegas durante a última reunião da CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, na quarta-feira (7).

"Olha que é um cara com um nível de formação lá em cima. Acaba de dizer que faz oito meses que está sendo tungado de R$ 89 pela associação. Olha o desplante, os caras estão tomando dinheiro até do senador da República. Esse pessoal não tem limites, não tem vergonha", reagiu o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

O INSS promete notificar os beneficiários que tiveram algum desconto associativo na aposentadoria ou pensão na terça-feira (13), por meio do canal oficial Meu INSS. O objetivo é identificar quais e quantas pessoas não autorizaram o pagamento para que o órgão possa cobrar as entidades.

Em entrevista à Folha, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, disse que a Justiça avalia o bloqueio de R$ 2,5 bilhões de bens das associações envolvidas no escândalo. O governo vai pedir ao Judiciário para fazer a venda antecipada desses bens para ressarcir as vítimas das fraudes.

"Todas as 12 [associações com pedido de bloqueio de bens] pagaram propina ou não tinham condições nenhuma de funcionar. O único objetivo era fraudar", disse Waller sobre a Caap e as outras 11 entidades alvo da ação da AGU.

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