O presidente do Partido Liberal em Mato Grosso (PL-MT), Ananias Filho, segue extremamente confiante no andamento do projeto de lei que prevê a anistia aos bolsonaristas presos por suposto envolvimento nos atos antidemocráticos, promovidos em 8 de janeiro de 2023, em um ato de contestação ao resultado das urnas eletrônicas que elegeram Lula (PT) presidente do país.
De acordo com Ananias, o projeto será discutido somente em fevereiro de 2025. O dirigente ressalta ainda que os "empecilhos" e tentativas destruir a proposta, atrelando o ataque do homem-bomba no Distrito Federal e a tentativa de golpe de Estado, evidenciado pela Polícia Federal, não serão tolerados. A entrevista de Ananias ao ocorreu antes do indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas.
"A anistia vai ser discutida depois do 1º de fevereiro. Eles falam que diminuiu (espaço político). Mas quem fala? Quem vai votar? Isso é uma discussão entre os parlamentares. Então, essa discussão vai ser entre os parlamentares, a partir do 1º de fevereiro", acredita.
Na sua avaliação, não há como contestar que houve uma "mudança no clima", porém, aponta responsabilidade da mídia em explorar um cenário de tentiva de vinculação de um "ato isolado" a um partido político. A proposta também busca 'livrar' Bolsonaro , que está inelegível até 2030, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por disseminar mentiras sobre o sistema eleitoral em reunião com embaixadores.
"Eu acho que nada mudou. O que mudou foi o clima, o clima midiático, mudou muito [...] querendo imputar a um partido político uma ação individual de alguém. Então, nós não aceitamos imputação de conduta criminosa ao partido de condutas individuais. Nós não aceitamos", emendou Ananias.
No Congresso e no Poder Judiciário passou a existir forte resistência ao projeto de anistia após a Polícia Federal descobrir a existência de um suposto plano criminoso para matar o presidente eleito, Lula, seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, apontado como o "carrasco" dos bolsonaristas.
A ideia traçada pela cúpula bolsonarista, conforme apontado pela PF, era assumir o comando do país mesmo com a derrota nas urnas. A conclusão do golpe e atentado só não teria ocorrido devido a manifestação do alto comando de Exército, de que não apoiariam uma intervenção militar. Ananias, por sua vez, defende Bolsonaro e afirma que e não participou de nenhum plano golpista. Além disso, frisa que o único plano do PL segue sendo lançar Jair Bolsonaro à presidência em 2026.
Projeto
De autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), projeto concede anistia para crimes políticos e eleitorais praticados a partir do dia 30 de outubro, término do segundo turno eleitoral. O objetivo é beneficiar as pessoas que tenham participado do bloqueio de rodovias nacionais e demais atos contrários ao resultado das eleições, incluídas as publicações em redes sociais.
Proposta também beneficia quem tenha financiado essas manifestações, e anula multas e demais punições aplicadas pela justiça às pessoas físicas e jurídicas, as quais estejam relacionados aos atos de protesto.
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