A empresária e influenciadora digital Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, um médico e um ex-policial federal, foram alvos da Operação Cleópatra, deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (31). A ação apura um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Cuiabá.
O suposto esquema já teria sido denunciado no Domingo Espetacular, da TV Record, em janeiro deste ano.
Segundo a Polícia Civil, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva, além de mandados para bloqueios de bens e valores e suspensão de atividades econômicas de empresas, nas cidades de Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis, Sinop.
A empresária é apontada pela polícia como líder do suposto esquema criminoso e se apresentava como especialista em investimentos. O médico e o ex-policial seriam aliados da suspeita. Os investigados respondem por crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Taiza é proprietária da empresa DT Investimentos que, segundo a polícia, usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Segundo as investigações, com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
A Polícia aponta que as vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros. Quando as vítimas solicitavam a devolução dos valores investidos, a empresária teria passado a inventar desculpas até deixar de respondê-las completamente.
O ex-policial federal, que foi casado com a investigada, é apontado como o gestor de negócios da empresa e o médico atuaria como diretor administrativo da empresa, formando um grupo criminoso que destruiu o planejamento familiar de dezenas de vítimas, inclusive de amigos e familiares dos investigados.
Com base nos elementos apurados nas investigações do inquérito policial instaurado na Delegacia do Consumidor, o delegado Rogério Ferreira representou pelas ordens judiciais contra os investigados, que foram deferidas pela Justiça e cumpridas na manhã desta quinta-feira (31).
A empresária, principal responsável pelo esquema, teve o mandado de prisão cumprido no aeroporto de Sinop, quando desembarcava de uma viagem que fazia para o nordeste do país.
As buscas resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações.
Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, até o momento os prejuízos às vítimas chegam na casa dos R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que há suspeita da existência de outras vítimas que não registraram a ocorrência.
Nome da operação
Cleópatra faz referência à principal investigada do esquema de pirâmide financeira, que assim como a rainha do Egito, atraía e exercia grande influência nas pessoas devido a sua beleza, riqueza e boa habilidade comunicativa.
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